Piano alone. A Composer's journal. Piano só. Diário de um compositor. Piano seul. Journal d'un Compositeur. Piano Solo. Diario di un Compositore. Klavier Allein. Ein Komponist Tagebuch.












Sunday 15 November 2009

Portrait. An Hommage to Merce Cunningham


© (P) Nelson de Quinhones

“Portrait. Hommage to Merce Cunningham” Chamber ensemble 1997. Excerpt [Begining].
For 2 pianos and percussion.

Saturday 14 November 2009

Scarlett Johansson




Scarlett Johansson. A voice.

Friday 9 October 2009

L'infortune






Courtesy of Pompeu Miguel Martins.


Thanks to poet/writer Pompeu Martins, for the kind use of an excerpt from a piece of mine, from the 2004 Intimate piano cycle.

Wednesday 16 September 2009

Terça-feira, 15 de Setembro de 2009.

A Ponte, Braga I

Sexta-feira, 11 de Setembro de 2009.
A Ponte. Velha-a-Branca, Braga.
A exposição de pintura e música “A Ponte” integra a iniciativa 5-em-linha e estará patente em Braga no Estaleiro Cultural Velha-a-Branca a partir do dia 5, sábado, até ao final do mês de Setembro.
“A Ponte” é evocativa dos acontecimentos ocorridos entre 18 de Abril e 2 de Maio de 1809, aquando das II Invasões Francesas as forças portuguesas defenderam heroicamente a cidade de Amarante. Isabel Ferreira Alves concebeu um ciclo de 15 obras, decorrentes da concepção de uma obra por cada um dos dias daquele período, e o compositor Nelson de Quinhones compôs uma peça para piano e 2 grupos de percussão, formada também em 15 partes. O piano, figura central no espectro sonoro, representa a ponte, as percussões de madeira representam a resistência de Amarante e as percussões de metal representam as forças francesas. A peça é emitida durante toda a duração da exposição.
A iniciativa 5-em-linha decorre da sincronização das agendas culturais de cinco espaços culturais daquela cidade - Velha-a-Branca, Museu Nogueira da Silva, Livraria Centésima Página, Pedro Remy – Cabeleireiros e o Museu da Imagem – que todos os primeiros sábados de cada mês pelas 17h inauguram ao mesmo tempo cada uma das suas exposições nestes cinco espaços culturais da cidade.
Publicada por Ferreira Alves em 11:15.

do humano na política

01 de Setembro de 2009, 21.43.

do humano.

Entrevista a Judite de Sousa no Canal 1 da RTP.
Esta foi a mais humana entrevista de José Sócrates como Primeiro Ministro, de sempre. Refiro-me mais à forma do que ao conteúdo. Nem Hard nem soft, designações patetas de pseudo-analistas de quem há demasiado tempo se espera bem mais e melhor. É uma questão de personalidade e da forma tal como a veiculamos publicamente. É uma questão de humanidade. Teria sido muito bom que assim tivesse sido sempre. Não foi, agora não importa. Como encontramos na filosofia japonesa clássica, o passado não existe.
Importa agora tomar a consciência do que se alcançou a este nível, e continuar.

Vetos presidenciais

01 de Setembro de 2009, 21.37.
Vetos presidenciais.

Meu deus, o Presidente da república veta uma proposta do governo e subitamente há uma indisposição entre Belém e São Bento. Por favor, deixem-no vetar o que ele muito bem entender.
O Presidente da República já tem poderes tão explícitos e definidos, se não vetar aquilo com o qual não concorda, então o que esperar de uma democracia adulta?
Aliás, pouco depois, aprovou uma proposta que passou na Assembleia da República apenas com os votos da maioria socialista. E agora, o que dizem os homo insipiens deste país, como o meu querido Séneca tão bem o colocava.
Eu até nem concordo com este veto, mas concordo que ele possa discordar, e agir nesse sentido. Esta é toda a diferença.
Passaram 35 anos, por favor!

Pregão

Domingo, 30 de Agosto de 2009
Pregão.

Sunset in my mind, this evening
Some even say they would die for me
(...)
But life has no goal
Life has no goal without fantasy.

Somethings are better left unsaid
Some people are better left untrusted.
Maybe, maybe it’ll all make sense
When I’m dead
When I’m dead

Old friends for sale
(...)
Watch out, they’ll kiss you
Untill they get what you’ve got
Then they’ll show you the friends
That they were
Old friends For sale

Old friends for sale, canção inédita de Prince Rogers Nelson. Excerto. © 1986.

Telma Monteiro


27 de Agosto de 2009. Á tarde.

Telma Monteiro.

Pausa no piano para ver a Grande Telma Monteiro. Seria pausa no que quer que fosse. Vai começar.
Que nervos, que minutos intensos! Pareceram o triplo. Francamente, não sou nem nunca fui mau perdedor, mas mais uma vez pareceu-me muito amarga esta prata.
O anterior consenso entre os árbitros de que o “judo negativo” não seria tolerado, não parece ter sido aplicado à adversária Morgane Ribout.
Em judo sou menos que leigo, mas pareceu-me injusta uma das faltas a Telma por falso ataque, e pareceu-me mais do que evidente e merecida a falta a Ribout pelas mesmas razões: estes dois pontos teriam significado o ouro. Isto parece ridículo da minha parte, ou será mesmo, pois até os comentadores da 2:, especialistas, consideraram a vitória francesa justa. Um ponto, um! Adiante.
Esta mulher tem genes de gata, um misto de leoa com um personagem de Kurosawa, extraordinário!
Parabéns pela prata! O ouro vem a seguir.

Jantar de Chegada de Férias

25 de Agosto de 2009
Jantar de chegada de férias.
Há noite, jantar em casa do Pompeu e Landa. Regressados do Algarve, e com um bronzeado tão saudável como invejável, este é um jantar de regresso de férias, a quatro. A Landa sai por momentos para ir buscar os meninos a Antime.
Mesmo antes de nos cumprimentar, o Guilherme exibe orgulhoso os vestígios, no joelho, de uma queda. É engraçado como, quando somos miúdos, nos sentimos orgulhos das nossas cicatrizes, e as exibimos como um troféu. Porque não mantemos nós este sentimento na fase adulta?

King Lear


Domingo, 09 de Agosto de 2009.
King Lear.

Quando o filme Balada da Praia do Cães saiu, tive uma grande surpresa. Raul Solnado, que eu conhecia como humorista, o mais conceituado humorista português, havia feito um personagem assustador, intenso, inesquecível. Aquele homem, aquele homem que eu conhecia como humorista, era um actor. Um verdadeiro, excelente actor.
Disse então à minha avó que queria escrever-lhe, ao Raul Solnado, para lhe dizer isso mesmo, o quanto me tinha impressionado o seu trabalho no filme.
A escrita da carta demorou-se, por esta ou aquela razão, e um dia ouço-o dizer numa entrevista que ele havia tido precisamente essa reacção, de forma pessoal, por parte de certas pessoas. Disse que isso o havia incomodado, que se sentira ofendido até, que se ofenderia seriamente se tornassem a dizer-lhe o quanto ele havia surpreendido com o filme, pois pensava que era já adquirido para o público que ele era um actor, e como tal, capaz de fazer tudo. Claro que fiquei muito descansado por não ter ainda escrito a tal carta. Em todo o caso, achei um pouco abusivo o facto de ele se ter permitido ofender por isto. Adiante, passou.
Passámos por ele uma vez. Foi a única vez que o vimos pessoalmente, eu e a Isabel, no ArteLisboa. Ia ele com um amigo, cruzando-nos à entrada do stand de uma galeria. Um breve momento tão furtivo como feliz e divertido, para nós.
Hoje, Domingo, ao final da tarde, fomos passear até à pista de ciclo-turismo. Eu e a Isabel e os meninos –Baltazar e Valquíria, os nossos dois cãezinhos, entenda-se–, e eu contei-lhe esta história. E como, ainda assim, agora que o Raul Solnado havia falecido, gostaria de lhe ter escrito a tal carta.
E disse-lhe ainda que havia desaparecido o melhor King Lear que poderia ter sido feito até hoje em português. Que nos últimos anos ele seria o Lear ideal, que seria agora o personagem paradigmático para ele. Emocionei-me, que desperdício estúpido, que oportunidade perdida!
“Porque não lhe escreveste a dizer-lhe isso mesmo?”.

The weight of this sad time we must obey;
Speak what we feel, not what we ought to say.
The oldest hath borne most

You have to keep moving. I think there’s always something. Merce Cunningham I

© Annie Leibowitz

02 de Agosto de 2009.
Merce Cunningham

Esta é uma noite muito triste. Cerca das dez e meia, ironia impressionante, de entre tantos títulos possíveis, estava a espreitar uma peça sobre, e dedicada a, Merce Cunningham, de há uns anos. Levantei-me para confirmar um pequeno pormenor de orquestração em um outro documento, e oiço no jornal da noite da 2: que ele havia falecido hoje.
Sentei-me.
Nos últimos anos, desde a morte de John Cage, Merce Cunningham vivia só e num quotidiano simples. Dizia que começava o dia com pequenos exercícios físicos, ainda deitado na cama, com a sensação de lhe doía tudo. Titubeava até à cozinha, aquecia água e preparava um chá. Sentado já com o chá e mexendo os cereais, escrevia e pintava sobre um bloco omnipresente.


My drawing skills are minimum, and I can´t make straight lines. So I decided (for) plants and animals.


Nessa altura os seus gatos apareciam, e ele conversava com eles “umas vezes em francês, outras em inglês”. Acabava o pequeno almoço, vestia-se e fazia mais uma hora de exercícios. Punha-se então a caminho do estúdio, onde chegava por volta das dez e meia. Tinha mais de oitenta anos.


You have to keep moving. I think there’s always something.


Cerca das onze e meia, a isabel telefonou-me e disse-me o merce cunningham morreu, não foi? Quando ouvi, lembrei-me de ti. A Pina Baush e ele... no mesmo mês.
Adorava-o. Deu-me sempre a certeza de que a Paz era possível. E dava-me sempre muito mais. Ainda dá.

César na Ucrânia e Roménia


O César e eu. Braga, Dezembro de 2004. Eu em versão Jacinto Lucas Pires, o que tanto incomodava, e com razão, a Isabel. Foto do Pompeu.

23 de Julho de 2009.

César em Sinferopol, na Ucrânia, e Constanza, na Roménia.

O César embarcou para a Ucrânia. Se possível dará um salto à extraordinária cidade costeira de Constanza, na Roménia.

Há dias comentávamos hilariantes a forma como os romenos caracterizam a Transilvânia como uma terra bonita e convidativa, tudo o que a cultura popular ocidental fez questão de deturpar. E também a forma como preservam uma memória positiva do seu rei Vlad Tepes, um autêntico herói nacional, cujos hábitos de empalamento, lembram, não divergiam muito dos de qualquer outro rei seu contemporâneo. Lembram acima de tudo que os empalamentos públicos faziam parte de um processo de propaganda defensiva contra o avanço islâmico, e que foi graças a ele que o Islão não se fixou naquela zona e, consequentemente, no resto da Europa.

E têm razão pelo menos no que toca a crueldade. Ivan, o Terrível, por exemplo, além do seu nome, infelizmente não deixou na memória colectiva as verdadeiras e aterradoras razões para o seu cognome.
E a imagem de Vlad Tepes como o Drácula fica mesmo para os turistas.

Veremos como corre.

Abschied und Danke


30 de Junho de 2009.

Abschied und Danke, Geliebte Pina Bausch.

Persas

27 de Junho de 2009.
Persas

Essa instituição nublosa a que chamam concelho de anciães no Irão chegou à conclusão de que as eleições presidenciais de 12 de Junho foram as melhores desde a chamada revolução islâmica.
Sou africano, de origem africana, tive uma educação muito particular, com uma grande influência dos valores nativos africanos, e tenho a consciência do que significa ser ancião. Não corresponde remotamente a estes indivíduos.
Ver um indivíduo, cujo nome ofenderia esta página, apelar literalmente e sem pudor à “severidade e crueldade” é algo ao qual já não deveríamos estar expostos. Onde está o Islão aqui? Não é este o islão a que a minha querida tia Biana, irmã de vida da minha mãe, e toda a sua família me habituou.
Lembro-me muito bem do meu tio Abdul dizer-me em Lisboa “somos uma religião de paz. Serás sempre bem-vindo na mesquita. Podes vir comigo as vezes que quiseres”.
Este não é o Irão que desejaríamos. Aliás, para ser exacto, esta não é a Pérsia que conhecíamos, nem muito menos estes são já os persas sobre o qual Ésquilo escreveu.
Dario teria vergonha desta Pérsia, vergonha.

Prince Rogers Nelson


Embarcando no aeroporto de Frankfurt. Os tempos dos embarques directos na pista, dos “muros” de guarda-costas e até dos saltos altos sine qua non terão ficado para trás? Talvez uma maior consciência da Arte, e da futilidade acéfala do star system?

07 de Junho de 2009
Prince Rogers Nelson

Hoje é o aniversário daquele que eu considero ser o maior músico de que há registo. Repare-se, digo “músico”, e não “compositor”. Faz 52 anos.
Tão conhecido como a sua música séria é desconhecida, um Facile princeps entre os seus. Um caso único.

O amigo Vasco Granja


António e eu. Belém, Verão de 2005. Lembremo-nos deles agora, enquanto nos devolvem o olhar.
Fotografia de Isabel Ferreira Alves.

Quinta-feira, 07 de Maio de 2009.
O amigo Vasco Granja.

Há uns anos, quando conversava com o António Ramos Rosa no seu jardim, em frente à árvore que ele considera sua, falávamos de amizade, daqueles que se tornam ao longo da nossa vida os nossos “maiores amigos”, ainda que seja um termo que ambos deploramos, pois hierarquiza o que não é comparável. Os nossos poucos amigos mais próximos e antigos, os nossos alter-egos, aqueles que estão sempre connosco, mesmo quando não o estão fisicamente. Perguntei-lhe quem eram os seus. Depois de uma longa reflexão cuidada e silenciosa, o que como sempre parece durar toda a tarde, deu-me uma resposta que na altura me pareceu muito inesperada, o meu melhor amigo acho que é o Tengarrinha. Conhecemo-nos desde o MUD juvenil. Temos uma relação muito forte, e nem me lembro da última vez que estive com ele. Há também o Manuel Madeira, de Faro, que eu já lhe apresentei. É verdade, apresentou-me o Manuel Madeira, e em que circunstâncias! Um dia conto. O sentido desta fotografia acima surge então com o que ele me disse a seguir, após uma nova pausa. Havia ainda alguém muito especial, muito seu amigo, muito próximos: um homem inteligentíssimo, que não vejo há muitos anos. Já deve ter morrido, com certeza. Chamava-se Vasco Granja, estava ligado ao cinema de animação e à banda desenhada, mas também à literatura, e à arte em geral. Era um homem extraordinário, um grande amigo. Já ouviu falar?
Reagi como se imagina. Disse-lhe que marcou a minha infância, assim como a do César –como, contarei também um dia –, e a de outras gerações antes de nós, que era uma referência para mim. E que não tinha morrido, estava vivo! Propus-lhe então que o fossemos visitar. Ele ficou muito entusiasmado e pediu-me que organizasse tudo.
Telefonei então para casa do Vasco Granja, e a sua mulher deu-me a notícia que me deixou com dificuldade em falar. Ele tinha Alzheimer há cerca de seis anos, e agora não era já seguro para ele sair de casa. Ainda assim ele ficou muito feliz, ela disse-me que ele ficaria muito feliz com a visita, e que estava já muito emocionado por o seu amigo de há tantos anos ainda se lembrar dele dessa forma.

Anos antes, quando obtive o contacto de casa de Vasco Granja, lembro-me de ter telefonado a certas instituições respeitáveis que muito admiro no mundo da banda desenhada portuguesa. Falei com alguns nomes ilustres deste meio, e que também admiro. O que eu não esperava e que me entristeceu foi a resistência e indignação de outros, por eu estar interessado em contactar essa pessoa. Perguntavam-me porquê, porque tinha eu interesse em contactar alguém que já não tem qualquer relevância neste meio.
Hoje de manhã, o César telefonou-me, como o faz todos os dias e um pouco ao longo do dia, no nosso ritual de ele me contar logo de manhã as notícias mais importantes no Público, uma vez que eu não tenho tempo para ler jornais, e ele não começa o dia sem os ler. Aconselhou-me a procurar o Público de hoje, pois mesmo 3 dias depois do seu falecimento, havia ainda artigos interessantes e arrebatados sobre o grande homem que partira.
Ao contrário do que se podia esperar, fiquei furioso. Tantos anos de silêncio, tantos anos de desinteresse – salvo honradíssimas excepções, e quem os são, sabem que o são –, e eis que Vasco Granja faz aquilo que parece mais agradar ao sistema: morre.
Agora sim, agora podem lembrar-se de quem foi, do que fez, da sua relevância única – repito: única – no seu meio, da obra que deixou. Podem até lembrar-se, imagine-se, que foi ele que literalmente criou o termo “banda desenhada”, ao simplesmente traduzir literalmente o termo francófono bande dessinée, pois antes disso até chamavam-lhe outras coisas. Agora descobrem a correr na net que ele privou com Hergé, Moebius, Norman McLaren, Uderzo ou Morris, e tantos outros. Agora podem lembrar-se de coisas assim, agora sim. Sem que os seus pesadelos Liliputhianos os impeçam de respeitar e acarinhar, amar mesmo, os que tanto nos dão e sem os quais não seríamos sequer sombras de nós próprios.

Lembremo-nos dos nossos Grandes hoje, agora! Agora, enquanto eles sentem o mesmo Sol que nós, e acordam nas nossas mesmas manhãs. Digamo-lhes o que lhes devemos, que por vezes lhes devemos a melhor parte de nós, que não seríamos quem somos sem aquilo que eles conseguiram ser.

Olhemo-lhes nos olhos, e os seus olhares devolver-nos-ão a dimensão exacta da nossa infinitude.
Lembremo-nos deles agora, enquanto nos devolvem o olhar.

A Ponte IX


Museu Amadeu de Souza-Cardoso. Com os canhões originais, agora em paz.

24 de Abril de 2009.
A ponte IX

Inauguração da exposição A ponte, em Amarante, no histórico dia 18 de Abril de 2009.
O mestre Manuel Carneiro tira-nos esta fotografia, depois de termos estado na extraordinária exposição sobre o Cerco de 1809, aqui mesmo no Museu do nosso amado Amadeu.

A Ponte VIII


A Isabel com os soldados de Almeida, em plena ponte de S. Gonçalo.

23 de Abril de 2009.
A ponte VIII

Inauguração da exposição A ponte em Amarante, no histórico dia 18 de Abril de 2009.

Por uns instantes conversamos com os figurantes que aqui recriam soldados portugueses de 1809. São originalmente de Almeida, e sugerem-nos vivamente que levemos a exposição também para lá, onde também eles tanto sofreram nesse ano de 1809.

A Ponte VII



23 de Abril de 2009.
A ponte VII

A Délia, Isabel, os nossos divertidos amigos inimigos franceses, originalmente espanhóis, e yours truly. A figura atrás da Délia e da Isabel, só a vimos na máquina, depois da foto, por incrível que pareça. Pela roupa, não é um fantasma.

A Ponte VI



23 de Abril de 2009.
A ponte VI

Inauguração da exposição A ponte em Amarante, no histórico dia 18 de Abril de 2009.

Os dois figurantes fardados como soldados franceses, então soldados inimigos, fizeram questão de dizer, por entre risos, que não eram franceses, eram espanhóis: só estavam vestidos como tal. Isto porque a Isabel lhes havia dito também brincando “podemos tirar uma fotografia juntos, com o inimigo? Sim, porque vocês são o inimigo!”.
Pouco depois veríamos um representante do Estado francês entrar lado a lado com o Presidente da Câmara municipal de Amarante Armindo Abreu no Museu Amadeu de Souza-Cardoso, ambos também rindo-se, muito bem dispostos, duzentos anos depois.

A Ponte V


Cheerio!
Fotografia: © João Artur Pinto.

22 de Abril de 2009.
A ponte V

Inauguração da exposição A ponte em Amarante, no histórico dia 18 de Abril de 2009.
PROGRAMA

18 de Abril 2009 (Sábado).
Tarde – Recriação Histórica – Largo de St.ª Luzia, seguindo pelas Ruas da Cidade;
Combates simulando a progressão das forças francesas e o recuo das portuguesas até perto da Ponte.
Noite – Recriação Histórica – Largo de S. Gonçalo;
Simulação do assalto final e destruição da barricada situada na Ponte.
19 de Abril 2009 (Domingo).
Manhã – Demonstrações de ordem unida e de tiros de mosquete/canhão;
Sessão de Encerramento da Recriação Histórica.

A Ponte IV


Na Cafetaria da Ponte, antes da sessão de inauguração da exposição. Délia de Carvalho, eu, César, Mestre Manuel Carneiro, pintor Júlio Cunha, Cristina e a Kiko.

21 de Abril de 2009.
A ponte IV

Inauguração da exposição A ponte em Amarante, no histórico dia 18 de Abril de 2009.

Recriação Histórica.

A Recriação Histórica é organizada em estreita colaboração com a Associação Napoleónica Portuguesa / Grupo de Recriação Histórica do Município de Almeida.
A Associação Napoleónica Portuguesa foi criada em 26 de Novembro de 2003 e é uma associação sem fins lucrativos. Funcionam como um Grupo de Voluntários entusiastas interessados em recriar de forma rigorosa os episódios das Invasões Francesas.
http://www.anp.pt/
Para a Recriação Histórica, a realizar em 18 de Abril, está prevista a participação de mais de 150 Recreadores Históricos vindos, não só de Portugal, como também de Espanha. Estes recreadores devidamente fardados à época, representando as forças portuguesas e francesas irão sobretudo simular os diversos combates ocorridos na então, Villa d’Amarante. Para isso, será recriado na cidade um cenário de batalha, composto por barricadas entre outros objectos, que servirão de pano de fundo às lutas corpo-a-corpo e aos avanços e recuos das tropas francesas e portuguesas.
O ponto alto da recriação acontecerá à noite, onde o episódio da Ponte será recriado, recorrendo à instalação de uma barricada no meio da Ponte e aos consequentes ataques à mesma. Toda esta encenação contará com peças reais de artilharia e efeitos pirotécnicos que simularão a explosão da barricada e a resultante passagem dos franceses.
No Domingo de manhã (19 de Abril) a ANP e os recreadores presentes farão pequenas demonstrações de ordem unida e de tiros de mosquete/canhão e estarão disponíveis para esclarecimentos sobre armamento e outras questões técnicas.

A Ponte III



Da esquerda para a direita: João Pinto, a minha amiga de infância e cunhada Kiko (Alexandra Pinto), Isabel, Délia, eu, César, Mestre Manuel Carneiro e o Grande Júlio Cunha.

20 de Abril de 2009.

A ponte III

Inauguração da exposição A ponte em Amarante, no histórico dia 18 de Abril de 2009.

Texto do Pompeu para o Programa da Exposição.


A PONTE




Quinhones habituou-nos às narrativas na música, umas mais longas que outras, outras mais conceptuais, outras emoção pura e fixa no tempo.
Esta abordagem às invasões francesas e à resistência ocorrida na ponte de Amarante é exemplo desse aprofundamento cénico, trazido até nós sob a forma de música, com a divisão dos postos militares reflectida nas escolhas dos instrumentos: os metais representando o exército francês, as madeiras em representação da resistência portuguesa e a feliz opção do piano tomando a identidade da Ponte.
Detenho-me no sentido da Ponte, na sua contemplação, no seu aspecto duradouro. Uma Ponte de sentimento quase metafísico que o piano impõe ao assumir-se Ponte, ou seja ao assumir uma voz que vem, mais do que da síntese do combate, da análise sobre o que ficou de perdurável nesse (des)encontro de Homens. Já morreram os Homens e não esmoreceu a Ponte.
A estética da Ponte, a sua ideia e os seus valores não pereceram, nem se esgotaram na duração do conflito. Nela temos, com a música de Quinhones, um piano que conta e nos dá conta daquilo que ficou na sua material monumentalidade, mas também na sua intangibilidade onde reside o sentido da História que só é tocável porque no seu curso couberam gerações de Homens emergidos de um processo identitário que também ali se resolveu durante os dias de ocupação e de combate.
Nelson de Quinhones a regressar ao nosso contacto como se fosse em jeito de crónica, mas não de crónica Histórica, a regressar no seu jeito conceptual, a burilar na expressão contemporânea o emergir de um tempo passado que se imiscui no tempo dos tempos.
Uma obra que é uma narrativa e uma narrativa que é uma celebração de identidade, sob a forma de música, música quase corpo, quase voz sobrevivente e futura do tempo.


Pompeu Miguel Martins - Escritor
Abril de 2009.

A ponte II


Amarante, 18 de Abril de 2009. Cafetaria da Ponte. Da esquerda para a direita: João Pinto, Kiko, Isabel, Delia, eu, César, Mestre Manuel Carneiro e pintor Júlio Cunha.

Domingo, 19 de Abril de 2009.
A ponte II

Inauguração da exposição A ponte em Amarante, no histórico dia 18 de Abril de 2009.
Texto do Carlos sobre a Isabel, no Catálogo da Exposição.

A PINTURA COMO DEVIR


A experiência face ao descortino da pintura-escultura – se assim pudemos chamar, uma vez que a sua obra não se confina ao espaço da cor – de Isabel Ferreira Alves é a de que toda a tela é a ausência da matiz que ocupa.
Frente à vacuidade gerada pela obra ainda no seu devir, cabe moldar um corpo capaz de conceder um espaço a toda a ausência. Assim, creio vivamente que toda a tela é um ser que respira para findar o vazio que lhe foi imposto antes de ser gerado. A obra de Isabel Ferreira Alves é, sem dúvida, uma contínua busca da prestação desse corpo como pintura. Saber ler as cores e com elas mergulhar no espaço infindável do ser é somente acreditar que em cada obra da autora toda a ausência termina no acolhimento do corpo que se avizinha para figurar a existência do gesto que concebe toda a pintura como devir.

Carlos Vaz – Escritor
2002

A Ponte I


Da esquerda para a direita : Isabel, eu, Presidente da Câmara municipal de Fafe José Ribeiro e a sua mulher Drª Helena, e o Pompeu. Casa da Cultura de Amarante, 18 de Abril de 2009.
Fotografia: © João Artur Pinto.

Sábado, 18 de Abril de 2009.

A ponte I

Inauguração da exposição com a Isabel A ponte, em Amarante.
Apoios: Município de Amarante, Biblioteca Municipal Albano Sardoeira, Aventura Marão Clube, Casa de Cultura e Juventude de Amarante, Gráfica do Norte e JúlioCunhateliers.

Programa da Exposição
18 de Abril de 1809, inicia-se junto à ponte de S. Gonçalo em Amarante, na margem esquerda do Tâmega, uma feroz defesa da cidade frente às tropas das II invasões francesas. Este forte impasse prolongar-se-á por quinze longos dias, colmatando com a invasão da cidade e seu consequente incêndio.
Duzentos anos depois, a 18 de Abril de 2009 e até 02 de Maio, a artista plástica Isabel Ferreira Alves e o compositor Nelson de Quinhones evocam este extraordinário exemplo de resistência e união com uma exposição na margem direita do rio, precisamente onde outrora se aquartelavam as forças portuguesas.
Isabel Ferreira Alves apresenta-nos um ciclo de quinze obras, uma por cada dia de resistência desta cidade e o compositor Nelson de Quinhones escreveu para o efeito uma peça para piano e dois grupos de percussão, formada também em quinze partes. O piano, figura central no espectro sonoro, representa a ponte. À esquerda do espectro, as percussões de madeira representam a resistência de Amarante e à direita, as percussões de metal representam as forças francesas. A peça será emitida durante toda a duração da exposição.

do informal I



Quando escrevemos uma peça segundo regras composicionais, a partir de técnicas harmónicas tonais, ou seja, mediante a artificial e humana hierarquia de tons a partir de um dado grau, de uma dada nota, agimos um pouco como a forma como os egípcios representaram o corpo humano por mais de três mil anos, ou seja, a partir de regras aparentemente imutáveis acercas da forma como este deveria ser correctamente representado.
Para tal, os egípcios do período clássico conceberam e aperfeiçoaram ao longo de séculos, um conjunto de regras espaciais bidimensionais e tridimensionais para a projecção e apresentação de uma imagem do corpo em duas ou três dimensões. Faziam-no, de entre outras formas, a partir de grelhas que atribuíam apriori uma dimensão e, acima de tudo, uma proporção para cada parte constituinte do corpo humano. Tal princípio seria consequentemente adaptado a qualquer outra representação no quotidiano. Apreendida esta relação interna de uma forma subconsciente, a mensagem pictórica subjacente às imagens seria assim facilmente reconhecida por gerações de observadores, numa coerência contínua de percepção artística, rara em toda a nossa história. Aliás, na Renascença, observámos um fenómeno semelhante com a perspectiva e os com os pontos de fuga.
Quando em 2003 escrevi um texto sobre a obra da Isabel, mencionei intencionalmente o que considerei ser a mais importante característica do informalismo matérico: a sua condição eminentemente Aberta. Na altura comparei-a directamente com a criação do António Ramos Rosa, um poeta que apresenta precisamente, na inóspita objectividade das palavras, esta característica.

Monday 27 July 2009

Diário


Auto-retrato. Baal Roi Quinhones

Tenho de iniciar este diário com um agradecimento muito especial. Um agradecimento ao Roi pelo filme que fez para apresentar este blog. Ele é também o autor do filme trailer que promove as apresentações públicas piano só.
Apenas 18 anos e que promessa! Enquanto filmávamos e preparávamos o filme, em momento algum imaginei que o resultado seria tão bom.
Posso apenas imaginar o que ele nos reserva a todos.
Parece que ainda foi ontem que o levava e trazia todos os dias da pré-escola, e pelo caminho, pelos campos, ele partilhava comigo tesouros como sabes Nesha, vês aquele fumo preto a sair da chaminé? O fumo lá dentro é branquinho, mas como dentro da chaminé é muito escuro, quando o fumo passa pelo escuro, fica assim preto.
Eu sei, conversa babada. Nem preciso de dizer muito, os primeiros filmes dele estão aí. E falam por si.

Thursday 2 July 2009