Piano alone. A Composer's journal. Piano só. Diário de um compositor. Piano seul. Journal d'un Compositeur. Piano Solo. Diario di un Compositore. Klavier Allein. Ein Komponist Tagebuch.












Wednesday 16 September 2009

You have to keep moving. I think there’s always something. Merce Cunningham I

© Annie Leibowitz

02 de Agosto de 2009.
Merce Cunningham

Esta é uma noite muito triste. Cerca das dez e meia, ironia impressionante, de entre tantos títulos possíveis, estava a espreitar uma peça sobre, e dedicada a, Merce Cunningham, de há uns anos. Levantei-me para confirmar um pequeno pormenor de orquestração em um outro documento, e oiço no jornal da noite da 2: que ele havia falecido hoje.
Sentei-me.
Nos últimos anos, desde a morte de John Cage, Merce Cunningham vivia só e num quotidiano simples. Dizia que começava o dia com pequenos exercícios físicos, ainda deitado na cama, com a sensação de lhe doía tudo. Titubeava até à cozinha, aquecia água e preparava um chá. Sentado já com o chá e mexendo os cereais, escrevia e pintava sobre um bloco omnipresente.


My drawing skills are minimum, and I can´t make straight lines. So I decided (for) plants and animals.


Nessa altura os seus gatos apareciam, e ele conversava com eles “umas vezes em francês, outras em inglês”. Acabava o pequeno almoço, vestia-se e fazia mais uma hora de exercícios. Punha-se então a caminho do estúdio, onde chegava por volta das dez e meia. Tinha mais de oitenta anos.


You have to keep moving. I think there’s always something.


Cerca das onze e meia, a isabel telefonou-me e disse-me o merce cunningham morreu, não foi? Quando ouvi, lembrei-me de ti. A Pina Baush e ele... no mesmo mês.
Adorava-o. Deu-me sempre a certeza de que a Paz era possível. E dava-me sempre muito mais. Ainda dá.

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